Texto sobre o "Jogo de Damas"

A Magia Egípcia
Sobre quadrados pretos e brancos, crianças brincavam num pátio do Per-aa nas margens do Nilo. Com o findar da estação da colheita (Shemu) e o aproximar da estação da enchente (Akket) do rio que viria fertilizar de novo a terra dos faraós, esvoaçavam folhas verdes e castanhas da árvore da vida a Figueira Sagrada, que por um capricho de Ra, caíam distribuídas pelos quadrados do pátio. Akil, o mais velho dos irmãos ajustava as folhas dentro dos quadrados, Azizi, o mais novo sugeriu pôr 12 folhas verdes dum lado e 12 castanhas do outro. A menina do meio, Hamila, a qual o escriba dizia ser um génio por já saber de cor todo o papiro Ahmes, contou os 64 quadrados e dentro daquela labiríntica confusão, começou a fazer um jogo em que as folhas verdes e castanhas, quando se aproximavam umas das outras no sentido diagonal, eram tomadas e saíam dos quadrados que eram ocupados pela cor oposta. O Akil pensou que talvez fosse melhor ocupar o quadrado a seguir à folha tomada, enquanto o Azizi exclamou, isto é um jogo muito bonito, vamos jogar, quem ficar sem folhas, perde. Passaram ainda bons momentos jogando o jogo de sua invenção, mas entretanto a estação Akket chegou e as folhas tornaram barcos varridas pelas águas do Nilo. O pai Adjo sacerdote do Faraó Djoser, mandou fazer pedras circulares de duas cores, com as quais as crianças jogariam na próxima estação das chuvas, com regras ajustadas e com a novidade da promoção da pedras que alcançando a última linha, ganhava também o poder de jogar para trás. Com o findar da última estação da colheita, Adjo encomendou a um canteiro do reino do Nilo, um tabuleiro de pedra para as crianças jogarem dentro do palácio e ordenou ao escriba, que registasse em papiro, as regras e o nome do novo jogo inventado pelos filhos: “0 Jogo das mós” * 64 casas 24 mós, 12 de cada cor para cada um dos jogadores. Passou o tempo e este jogo foi adoptado pelas mulheres, passando a chamar-se “ O Jogo de Damas”
(texto ficcionista de A.Gaspar)
No mesmo dia tivemos mais uma visita de Ruaz Ramos um grande jogador lisboeta e um amigo de há longa data, que com o qual temos aprendido alguns ensinamentos. Obrigado.
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